domingo, 5 de setembro de 2010

IV Fórum Arte das Américas






Tive o prazer de estar neste fórum e assistir a brilhantes palestras como a do Prof. Francisco Jarauta, que é filósofo, curador e professor da Universidade de Muria na Espanha. Além disto, foi orientando de ninguém menos do que Giulio Carlo Argan!
Com o tema: Mapas para navegar por el arte y la cultura contemporânea, Jarauta começou falando da domesticação da velocidade do tempo; "a velocidade é um elemento antropológico que afeta todos os nossos aspectos culturais".
Depois discorreu sobre os mapas da arte e cultura pelo mundo, falou sobre as crises pelas quais o mundo passa, antes era política, agora a política foi substituída pelo capital. E isto é o que devemos recuperar, a dimensão política do mundo. Pois a população cresce vertiginosamente, cresceu . 3,6 em um século.
Ressalta o aspecto sociológico da arte: cada sociedade tem sua arte. Com a globalização se tem produzido uma profunda homogeneização cultural. E o que provoca isto são dois fatores: 
1-    Mídia- o grande Prometeu de nossa época. Planetarização da mídia;
 2 -  Mercado – o mundo dos produtos transcendeu as fronteiras da tradição. Produtos chineses arrasam com o artesanato, produzem estilos artificiais e padronizados de vida. 
  
Adorno, na década de 50, já falava em indústria cultural.
Surge este novo fato antropológico, no capitalismo temos um sistema de necessidades sofisticado.
ARTE E GLOBALIZAÇÃO – a partir dos anos 80, a industria da arte cresce de forma hipertrofiada.  Temos como exemplo a multiplicação de museus no mundo todo. Por que? Porque há uma nova relação entre sujeito e arte. A arte passou a ter papel importante na produção do imaginário social.
Consequência disto: o preço cai, o valor da arte cai. O mesmo que se vê em SP, se vê em Joanesburgo, em NY. As bienais são iguais, são as mesmas, não tem nada de novo. É padronizado, é globalizado, as diferenças que se pode perceber são pessoais – do artista – e não de determinada região do planeta.
1992- o mercado da arte cai
1993- Bienal de Veneza – identidade e alteridade. É a primeira vez que se introduz esta discussão.
Bienal USA, no ano seguinte somente recebe trabalhos de residentes nos EUA, tentativa de expressão uma produção nacional, e foi a primeira vez que apareceu temas como sexo, homossexualidade, AIDS – é a arte falando dos problemas. Ocorre um movimento ético na arte.
A fronteira entre o poético e o político se articula. A poética está nos pequenos lugares, é o inacabado, poética do fragmento.

Enfim, muitas reflexões a serem feitas.

Um comentário:

  1. Também tive a oportunidade de conferir em primeira mão, os projetos que abrigarão as exposições e os espaços de descanso e educativos, para a 29ª Bienal de São Paulo, com o Prof. Agnaldo Farias.
    “Há sempre um copo de mar para um homem navegar"
    Partindo do pressuposto de que toda arte é política, teremos uma bienal eminentemente educativa.

    Logo após, Jochen Volz, curador de Inhotim e ex-curador da Bienal de Veneza, nos fala detalhes tanto da cidade quanto da produção da bienal, além de nos brindar com notícias da primeira edição da Trienal de Aichi, em Nagóia, Japão, inaugurada em 21 de agosto. Com o tema “Artes e das Cidades”, o evento é um festival multidisciplinar internacional que visa expor as últimas tendências da arte contemporânea.

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