domingo, 23 de janeiro de 2011

Caramelo

título original: (Sukkar Banat)
lançamento: 2007 (França, Líbano)
direção:Nadine Labaki
atores:Nadine Labaki, Yasmine Elmasri, Joanna Moukarzel, Gisèle Aouad.
duração: 95 min
gênero: Comédia

Sinopse

Beirute. Cinco mulheres costumam se encontrar regularmente no salão de beleza Sibelle: Layale (Nadine Labaki), amante de um homem casado e que sonha com o dia em que ele se separará; Nisrine (Yasmine Elmasri), que está prestes a se casar mas não é mais virgem e não sabe como contar isto ao noivo; Rima (Joanna Moukarzel), que sente atração por mulheres; Jamale (Gisèle Aouad), que tem medo de envelhecer; e Rose (Sihame Haddad), que abriu mão de sua vida para cuidar da irmã mais velha. No salão os temas prediletos do quinteto são o amor, sexo e os homens.
Sensível, bem humorado, irônico, com traços almodovarianos retrata algúrias e alegrias femininas. O título vem da depilação caliente que se faz no salão com um creme caramelado. Fotografia maravilhosa com cores carregadas que  captam a sensualidade no ar. 

domingo, 5 de setembro de 2010

IV Fórum Arte das Américas






Tive o prazer de estar neste fórum e assistir a brilhantes palestras como a do Prof. Francisco Jarauta, que é filósofo, curador e professor da Universidade de Muria na Espanha. Além disto, foi orientando de ninguém menos do que Giulio Carlo Argan!
Com o tema: Mapas para navegar por el arte y la cultura contemporânea, Jarauta começou falando da domesticação da velocidade do tempo; "a velocidade é um elemento antropológico que afeta todos os nossos aspectos culturais".
Depois discorreu sobre os mapas da arte e cultura pelo mundo, falou sobre as crises pelas quais o mundo passa, antes era política, agora a política foi substituída pelo capital. E isto é o que devemos recuperar, a dimensão política do mundo. Pois a população cresce vertiginosamente, cresceu . 3,6 em um século.
Ressalta o aspecto sociológico da arte: cada sociedade tem sua arte. Com a globalização se tem produzido uma profunda homogeneização cultural. E o que provoca isto são dois fatores: 
1-    Mídia- o grande Prometeu de nossa época. Planetarização da mídia;
 2 -  Mercado – o mundo dos produtos transcendeu as fronteiras da tradição. Produtos chineses arrasam com o artesanato, produzem estilos artificiais e padronizados de vida. 
  
Adorno, na década de 50, já falava em indústria cultural.
Surge este novo fato antropológico, no capitalismo temos um sistema de necessidades sofisticado.
ARTE E GLOBALIZAÇÃO – a partir dos anos 80, a industria da arte cresce de forma hipertrofiada.  Temos como exemplo a multiplicação de museus no mundo todo. Por que? Porque há uma nova relação entre sujeito e arte. A arte passou a ter papel importante na produção do imaginário social.
Consequência disto: o preço cai, o valor da arte cai. O mesmo que se vê em SP, se vê em Joanesburgo, em NY. As bienais são iguais, são as mesmas, não tem nada de novo. É padronizado, é globalizado, as diferenças que se pode perceber são pessoais – do artista – e não de determinada região do planeta.
1992- o mercado da arte cai
1993- Bienal de Veneza – identidade e alteridade. É a primeira vez que se introduz esta discussão.
Bienal USA, no ano seguinte somente recebe trabalhos de residentes nos EUA, tentativa de expressão uma produção nacional, e foi a primeira vez que apareceu temas como sexo, homossexualidade, AIDS – é a arte falando dos problemas. Ocorre um movimento ético na arte.
A fronteira entre o poético e o político se articula. A poética está nos pequenos lugares, é o inacabado, poética do fragmento.

Enfim, muitas reflexões a serem feitas.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Um homem com uma câmera, 1929



Ainda nos anos 1920, a Rússia também mostrou-se capaz de criar uma escola cinematográfica de vanguarda. O governo apoiava o cinema, pois via nele uma forma eficaz de transmitir suas mensagens, recém saída de uma Revolução, apresentou nomes como Sergei Eisenstein (1898–1948), Vsevolod Pudovkin (1893–1953), Dziga Vertov (1986–1954) que colaboraram no desenvolvimento da linguagem cinematográfica a partir de suas experimentações, a fim de provocar um outro tipo de raciocínio no espectador que o levasse a refletir sob sua condição enquanto parte de uma sociedade.
Construtivismo Russo alimentava-se da idéia de negação de uma “arte pura”. Segundo eles, as artes deveriam se inspirar nas novas perspectivas trazidas pela industrialização e contribuir para a construção do socialismo. Os principais temas tratados são trabalho e luta operária.
Para Eisenstein (1990a, p. 35), “a cinematografia é, em primeiro lugar e antes de tudo, montagem”.  A arte de montar vai além do trabalho de juntar pedaços de filmes, é o processo do pensar a projeção do sistema dialético das coisas.
“O pensamento humano é montagem e a cultura humana é resultado de um precesso de montagem onde o passado não desaparece e sim se reincorpora, reinterpretado, no presente” (Avellar, 1990a, p.8).

A montagem já existia na pintura, no teatro, na música com Debussy, na prosa com Tolstoi, na poesia de Maiakovski, através dela se forma uma nova idéia a partir de uma fusão/colisão de planos independentes.
Ao buscar a verdade por trás das ações mais corriqueiras da vida, Vertov criou documentários carregados de poesia e lirismo, utilizando seu conhecimento sobre os recursos da montagem cinematográfica.
Segundo Vertov, a introdução da câmera na realidade a ser filmada não deve alterar a composição dessa realidade. Sua teoria do cinema-olho coloca como necessário o registro das imagens sem interferência no comportamento natural dessa realidade. Por isso, ele rotulava os filmes russos da época de "filmes encenados". A encenação para ele era um elemento artificial imposto à natureza daquela realidade, o que destruiría a autenticidade do registro.
Assim, o trabalho de Vertov é uma tentativa de resolução de um conflito entre construção e verdade, ou seja realismos e experimentação. Por um lado, ele se liga ao construtivismo, pelas máquinas e tecnologia; por outro, ele busca uma verdade que não deve sofrer manipulações, ou seja, “pura”.
O próprio título do filme, Um homem com uma câmera,1929,sugere além da  aproximação do homem com a máquina, uma analogia entre eles.
O filme mostra também imagens feitas do alto de edifícios, local onde se tem uma visão mais ampla do que ocorre em uma cidade. Isto impressionou os espectadores devido ao reduzido número de prédios da época.
A complexidade e aceleração do ritmo métrico produz impressão de confusão ao expectador .
Em Um homem com uma câmera, 1929, o giro da manivela da câmera é substituído pelo ruído das rodas de uma locomotiva, estabelecendo uma relação metafórica sonora entre a câmera (meio de expressão), e o trem (meio de transporte)

Referências:
EISENSTEIN, Sergei. A forma do filme; apresentação, notas e revisão técnica, José Carlos Avelar. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Ed., 2002.
AUMONT, Jacques. A imagem. Lisboa: Edições Texto & Grafia Ltda. , 2005
PALÚ, João Paulo. As relações no processo de montagem cinematográfica entre os filmes   “Um homem com uma câmera” e “Koyaanisqatsi”. São Paulo: UNESP – Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação – Programa de pós-graduação em
Comunicação. Acessado no mês de maio de 2010, disponível em <http://www.faac.unesp.br/posgraduacao/Pos_Comunicacao/pdfs/joaopaulo.pdf>




Grindhouse - Dois filmes de terror de 60 minutos cada, com roteiro de Tarantino e Robert Rodriguez, intitulados ''Planet Terror'' e ''Death Proof''. Entre eles, trailers falsos de filmes que não existem, tendo como temas kung-fu, pornô e spaguetti western.
Mas por motivos comerciais tiveram que separar em 2 filmes, como fizeram com Kill Bill.

Curiosidade: “Grindhouse”, é um termo recentemente desusado que definia locais cinéfilos, de medianas condições, que passavam sessões contínuas ou semi-contínuas de “exploitation movies”, os chamados filmes de “Série Z”, carregados de sexo, carros e violência mas com poucos recursos e efeitos especiais, lacunas derivadas dos limitados orçamentos dos seus autores.


Hoje, ouvindo Turn the Page, na versão doMetallica - Garage Inc (1998), o qual eu sou fã, resolvi postar aqui.

Turn the Page, é uma lançada por Bob Seger  em 1973 no álbum "Back in '72". Pra quem não conhece, Bob Seger, consagrado nos anos 80, é aquele do "Against The Wind" – Forrest Gump (soundtrack – 1994).....

Seger possui um estilo "on the road", pianos, cadência, voz rouca, e letras que falam sobre liberdade, sobrevivência, vida noturna, bares e mulheres. Enfim, esteriótipo do outsider, street cowboy, entra nos bares sozinho, pede uma cerveja e pensa na próxima estrada.......

Teve um grupo em  Detroit (rock city!), e também gravou vários sucessos com a galera do Alabama, o Muscle Shoals Rhythm Section, banda de soul e country rock.

Lembrando que o Alabama faz parte da rota 66, natural o estilo de Seger que soa numa cadência embalante.

Já sua versão Metallica veio realçar esse clima road empoeirado da canção, o que a meu ver combinou bem!

Confira aqui a execução de Turn the page com Seger


Agora a versão Metallica




domingo, 18 de julho de 2010

Distorcer

Dar caráter diferenciado ao já conhecido, marcando diferença entre idéias ou conceitos expressando uma visão subjetiva do mundo. 
A fotografia e o cinema oferecem recursos automáticos para a manipulação de imagens produzindo visões diferenciadas que se afastam do realismo normalmente associado a eles, permitindo a expressão de experiências e percepções singulares de um autor – uma visão lírica, dramática ou mesmo irônica da realidade que o cerca.






movimentestático





O movimento se faz notar nas artes visuais por meio da representação de objetos ou situações que envolvem ação, por meio da estilização plástica da sensação fugidia de um movimento ou por meio da produção de deslocamentos reais no espaço. A noção de movimento informa de modo decisivo a sensibilidade e a visualidade modernas: no campo da reprodução da imagem, o interesse pelo movimento associado às inovações tecnológicas marca tanto o desenvolvimento da fotografia quanto o do cinema. Além disso, significativas inovações decorrem da compreensão por vários criadores de como o movimento modifica a percepção do mundo, e é a partir disso que algumas linguagens experimentais passam a incorporar a participação física e a ação do espectador como lemento essencial da experiência dinâmica de uma obra.
(Glossário CD SENAC)



                            


                           


                                  


                                  


                                
                                    



quarta-feira, 30 de junho de 2010


                                                                         Leque - 2010
                                                                             

O processo de fragmentação leva a novas concepções plásticas a partir das possibilidades de rearticulação de fragmentos e construção de sentidos. Compus esta fotografia a partir deste conceito. Esta cena desestruturada, sem separação clara entre figura e fundo, possibilita que cada olhar dirigido a ela lhe atribua uma nova forma ou sentido, sendo esta é uma das características dos Cubistas.

                                                                                             Frestras - 2010